quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Crítica de Leitor: «Monster High - Uma Escola Diferente»

«Monster High – Uma Escola Diferente é, sem sombra de dúvida, um livro direccionado para um público mais juvenil. Contudo, tendo como base uma escrita divertida e até cómica, com inúmeras referências ao mundo das celebridades, música pop e cinema actual, torna-se difícil impedir um folhear compulsivo de página atrás de página.


A verdade é que parti para a leitura deste pequeno e visualmente atractivo livro quase sem expectativas, unicamente levada por um curto vídeo acerca das suas personagens, encontrado no facebook da editora e uma sinopse de chamar a atenção, e talvez tenha sido por isso que terminei a narrativa com um gigante sorriso na cara e uma vontade imensa em descobrir o que vai acontecer a seguir, uma vez que a história sofreu o corte final num momento de puro deleite e curiosidade. Com uma ideia geral engraçada, movida por uma mensagem muito forte sobre a superficialidad e da aparência exterior e a aceitação de todo e qualquer tipo de pessoa (seja aspecto ou personalidade), sem recearmos sermos quem realmente somos, Monster High acaba por ser uma via humorística e suave de introduzir, novamente, todos estes temas numa sociedade que, a cada minuto, peca mais pela ignorância e pelo egoísmo. Assim, encaro este livro não só como uma história gira e diversamente pontuada por gargalhadas, ainda que direccionada a uma camada mais jovem da sociedade, mas também como um alerta para a comunidade em geral em que vivemos. E penso que tal chamamento não podia ter sido feito de melhor maneira, usando todos os pormenores importantes e misturando-os com uma narrativa suave, energética e inteiramente esclarecedora acerca da juventude de hoje em dia, do primeiro amor e dos anos de Liceu que já lá vão...

As personagens são simplesmente fabulosas. É nas suas caracterizações e personalidades tão distintas que vemos a real mestria de Lisi Harrison. É nelas que está a sua criatividade máxima, a sua juventude e o seu carisma. Com um leque tão vasto e distinto, é com muito prazer que devoramos as páginas em busca de mais acção, mais informação, mais destreza por parte destas pessoas imaginárias. Assim, temos presente duas personagens principais que acabam por ser o antagonismo uma da outra: por um lado temos Frankie Stein, descendente da linhagem do verdadeiro Frankenstein, com os seus parafusos e costuras, tom de pele verde menta e informação adquirida artificialmente , e por outro lado conhecemos Melody Carver, uma jovem normal, com os seus problemas de adolescente, o primeiro grande amor e a primeira operação plástica que a deixa totalmente nova e vazia. Adicionando elementos figurativos como uma múmia, uma vampira, uma monstro do lado, uma descendente dos homens lobo e um filho da medusa, só pode significar risada certa e é esse o segundo aspecto importante desta obra. Por ser tão leve e de rapidíssima leitura, com personagens diferentes daquilo a que estamos acostumadas (e ainda para mais todas elas juntas num só livro), esta pequena preciosidade de Lisi Harrison acaba por ser uma lufada de ar fresco. Gostei imenso deste livro e penso que aquecerá o coração de qualquer jovem e até, vou arriscar dizer, qualquer jovem-adulto/adulto. Simples, emotivo e emocionante ... é uma história a ler.
Gostei muito.»
Patrícia Santos, Segredo dos Livros, 2010

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