quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Crítica de Leitor: «Frankenstein - A Cidade das Trevas»

«“A guinchar, a uivar, a berrar, as caras suadas toldadas pelo desejo, iluminadas pelos archotes, espezinhavam o que tinham vaiado antes, matando ritualmente aqueles que já estavam mortos, o fogo de barragem dos pés a fazer tremer a noite com a promessa de guerra final que está para vir.”

Dando continuidade ao primeiro romance, acompanhamos a tentativa de Hélios (Victor Frankenstein) de conquistar o mundo. Contudo, começa também a perder o controlo sobre as suas criações, a quem dá o nome da Nova Raça.
“Proibidos de matar como lhes aprouvesse, os outros membros da Nova Raça viviam com inveja do livre arbítrio de que gozavam os membros da Velha Raça. Esta inveja carregada de amargura de dia para dia, exprimia-se num desespero e numa raiva reprimida que não tinha consolo.”
O livre arbítrio que muitos da Nova Raça tanto ansiavam, começa aos poucos a ser-lhes acessível. Mas Helios terá também que lidar com outro problema igualmente grande: algumas das suas criações que tiveram resultados inesperados estão a revelar-se um grande obstáculo à sua intenção, dominar o mundo.
Novamente, são-nos apresentados capítulos muito curtos, expondo a incapacidade dos vários intervenientes face à sua condição, humana ou não. Personagens que carecem de uma maior caracterização, dada a complexidade das mesmas, tanto as já apresentadas no volume anterior como as novas. Não obstante – expressão muito usada pelo autor/tradutor –, não deixam de ser ainda assim muito interessantes e peculiares, em particular Erika.
Mas às várias personagens está reservado um outro propósito maior, o de representarem novamente um tom crítico e satírico à sociedade. Tal, constitui um dos pontos mais interessantes do livro (e possivelmente de toda a trilogia).»
Bela Lugosi Is Dead

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