segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Crítica de Leitor: «Eterna Saudade»

«O livro Eterna Saudade, da autora Lia Habel, é uma história um tanto surpreendente. Há vários elementos que mudam um pouco a linha que a leitura juvenil adulta vem a seguir nestes últimos anos. Em vez de termos a imortalidade como um tema central e um pouco batido, temos na verdade a própria mortalidade humana e finita no centro dos acontecimentos. Claro que o romance entre uma jovem de classe alta numa sociedade conservadora e um zombie soldado a mando dessa própria sociedade é a verdadeira trama que faz girar a história. Mas é sempre bom ver que existem autores que fogem ao comum ao lançarem-se em aventuras como esta para criar algo surpreendente e cativante. Lia Habel acertou em cheio quando decidiu escrever sua história.

Tudo começa basicamente com uma jovem rapariga que vive num mundo, ao mesmo tempo, futurístico e conservador. Este mesmo mundo abriga também a existência de criaturas zombies.
É impossível não perceber as referências de Romeu e Julieta na obra, quando temos dois jovens que se apaixonam perdidamente, mas que precisam enfrentar as dificuldades de uma união quase fadada ao fracasso. Eles vêem de realidades muito diferentes e que os obriga a encararem as adversidades para que possam ficar juntos. Uma rapariga humana e um soldado zombie. Temos aqui a união de dois elementos que atraem a atenção de qualquer leitor.
Pode parecer um pouco controverso quando lemos sobre uma nova era Vitoriana conservadora num futuro distante e que tem ao seu lado zombies. No entanto, é perfeito o casamento entre estes dois temas. A história flui de uma forma simples, fascinante e impossível de se largar assim que começa.
Em suma, Eterna Saudade veio para ser uma obra de referência no género. A autora soube como criar um mundo coeso, em que tudo parece funcionar como se fosse a mais pura realidade. O leitor consegue sentir o drama, o humor, o romance e a acção de uma forma completa. Os personagens são bem construídos, principalmente os secundários.
Temos também uma pitada de humor um pouco macabro, mas que acaba no final por ser até atraente, de certa forma. Vale umas boas risadas em muitos momentos ao longo da leitura, assim como vale prestar atenção no que a autora tem a passar para todos.
Há uma dedicatória no final do livro que mostra bem o que Lia Habel quis mostrar e que abaixo cito em suas palavras: “Quando parecia que todos os outros no mundo estavam agarrados ao conceito de beleza congelada no tempo, estas pessoas deram-me uma lição sobre a beleza superior que podemos encontrar na trágica decomposição.”»
Priscila Catalão Cardoso, blogue Bela Lugosi Is Dead

1 comentário:

Anónimo disse...

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